



















WIN444
"Ai, coitadinho! Coitadinho!", lamentou ela. "Eu odiando ele como eu odiava, e ele fazendo tudo o que pode por mim. Ai, Willium, eu me sinto tão 'envergonhada' e má; eu me sinto mesmo!" Júlia, por fim, retirou-se para seus aposentos, mas a tristeza que ocupava sua mente impediu-a de dormir. Distraída e inquieta, levantou-se e abriu delicadamente a janela de seu aposento. A noite estava calma, e nem um sopro perturbava a superfície das águas. A lua lançava um brilho suave sobre as ondas, que em suaves ondulações fluíam sobre a areia. A cena tranquilizou-a insensivelmente. Uma melancolia terna e agradável difundiu-se em sua mente; e enquanto meditava, ouviu o bater de remos distantes. Logo, percebeu na superfície clara do mar um pequeno barco. O som dos remos cessou, e uma melodia solene de harmonia (como a que se emana das moradas dos bem-aventurados) invadiu o silêncio da noite. Um coro de vozes agora se elevava no ar e se extinguia ao longe. Nesse momento, Júlia recordou o hino da meia-noite à virgem, e um santo entusiasmo encheu seu coração. O coro foi repetido, acompanhado por um solene bater de remos. Um suspiro de êxtase escapou de seu peito. O silêncio retornou. A melodia divina que ouvira acalmou o tumulto de sua mente, e ela mergulhou em doce repouso.